... de tudo, sabemos que um dia as coisas mudam e vivemos como se não fosse tanto e tão complicado. Sinceramente nunca me vi de outra forma senão a que não estava a viver. Insatisfação, infelicidade, falta de fio condutor para uma vida que afinal não se sabe bem o que se quer, geralmente quer o que não se têm? Por vezes sinto em mim um vazio assim do nada, não que seja por falta de alguém ou por falta de algo, ele surge e quando surge apenas me diz que é tempo de mudar, de partir e ver outras coisas para que se preencha esse vazio com a alegria e a satisfação da descoberta. Uma vez e outra aparece e como qualquer bicho nesta terra, sabe-se que é tempo de ir. E ir, já falei do ir, nem que seja um metro em frente, um quilometro em frente, uma vida inteira em frente.
Por vezes enfrentar o dilema de uma vida quebrada é feito de perguntas e de outros dilemas acerca do que correu mal, por vezes enfrentar o dilema de uma vida quebrada apenas deveria ser feito de perguntas e dilemas acerca do que pode ser o futuro e a incerteza dele. Penso hoje, na sapiência e maturidade dos meus 300 anos de vida, sim trezentos anos de vida, que já vi suficiente, já conheci suficiente já escutei suficiente para poder sob um ponto de vista bem pessoal e bem meu dizer que o que vem e o que foi são ambos resultados de uma serie de eventos os quais se controla, ou não, ou se têm a ideia de controlar e nunca nos damos conta que estão fora das nossas mãos e vontade. Assim o que fazer? Deixar ao destino? Não sei que isso seja ou exista, por vezes creio que sim outras não, dizer que cada homem é o construtor do seu é levar uma vida de guerra e aflição, navegar pelas inevitabilidades do que acontece é perder o rumo do que somos. Então o que fazer para uma busca imensa daquilo que queremos para nós?
Uma cara bonita, um corpo agradável e amor? Ou afinal tudo depende? Sim tudo depende, por exemplo hoje se falasse com o meu ontem, tudo era diferente, ontem eu assim, hoje eu já de outro modo. E custa perceber para onde vai a razão da existência. Custa mas enquanto a procuro lembro que tenho de viver, seguir respirando e actuando, há dias em que essa actuação é melhor, neste filme não há duplos para o que temos de fazer e portanto é inevitável que por vezes nos magoemos.
Sem comentários:
Enviar um comentário