... tempo desde que aqui andei, estive distraído, em casa, casa mesmo, aquele sítio onde tu estás ainda meu coração, durante um mês e meio me esqueci que durante dois anos e meio tinha estado longe, naquele continente onde um dia os nossos antepassados resolveram assentar arraiais, construir fortificações e conquistar os indígenas. Hoje em dia são eles que nos conquistam a nós com o dinheiro do petróleo e dos diamantes, com a sua enorme necessidade de comprar aquilo que ainda não conseguem ter. Como dizia, passou algum tempo e que fiz eu nesse tempo, deixei Angola (8horas de avião) e depois de muito pensar, de muito deprimir, de muito olhar para ti meu amor, lá ganhei coragem e me meti num avião para o Panamá (10horas de avião) para quê? Para alimentar o meu vício por máquinas amarelas que fazem furos no chão? Para ganhar dinheiro? Para fugir de ti? Para fugir de tudo?
Não fujo, amo, não tenho ressaca de vícios, alimento o meu trabalho com esforço e dedicação, assim como alimento a minha vida contigo com todo o esforço e dedicação que posso partilhar, que posso transmitir. Gostava de te ver ao meu lado, mas tu ai e eu aqui, gostava poder ser melhor e mais sucedido para que não precisasse de ir ver o mundo porque quem é melhor e mais sucedido não precisa de ver o mundo porque já o viu. Gostava de partilhar a minha procura contigo, pena que por vezes o nosso sentimento de busca tão diferente, tão procurando em direcções opostas.
Amo-te, e digo-te todos os dias que te amo, assim como todos os dias me faço acreditar, casa é onde está o coração, e o meu coração és tu, e a minha casa é onde tu estás.
acredito em ti...quero tanto que as nossas direcçoes sejam as mesmas...ou, que pelo menos, algum dia, se encontrem e possam seguir juntas lado a lado... amo te
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