... de despedida, no meio de tanta gente, olhava para o céu para evitar olhar para as pessoas. Percebo nos olhos deles que há os mesmos sentimentos, será que escrevem? Será que se sentem agoniados de tantas tristezas, de tantas mágoas? Sei lá, por vezes abate-se sobre mim aquela vontade de fugir de todas as actividades que envolvam pessoas, que envolvam ter de olhar para pessoas, de sorrir para pessoas, sei lá de ter de esconder por detrás um sorriso uma vontade tão grande de chorar, de me lamentar, de perguntar, será que não se sente tristes? Arrependidos de alguma coisa como eu arrependido e aflito com tudo o que faço, com tudo o que tento fazer nas melhores das vontades, e tão fácil de criticar, de dizer está errado, e eu a pensar porque por vezes a vida surge assim, dura no final, dolorosa com as despedidas. Ontem houve uma festa de despedida e quando cheguei as pessoas que estavam não pareciam estar alegres, andavam por ali com um sorriso, com o sorriso amarelo que me doe tanto, e eu triste, dentro de mim desejoso de poder deixar aquele lugar, falei com este e com aquele, falei, bebi, comi, fui para casa e dormi e hoje a sensação mantêm-se, o virar da página tão próximo que não chega nunca, a ânsia de esperar por algo que já devia ter acontecido antes. Porquê esta relatividade, porque esta demora nas coisas que se arrastam e nos deixam desesperados, sinto-me triste há tanto tempo e apenas vai aumentando e aumentando.
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