... sozinha na porta de casa, de mala caída no chão, boca aberta enquanto eu sorridente retirava mais um livro da estante para dentro de um caixote. A tua boca incrédula não gesticulava palavras que não conseguias falar tão do mesmo jeito que não conseguias dizer amo-te ou tão do mesmo jeito que depois não conseguias simplesmente dizer mais alguma coisa. A mala caída demonstrava o inesperado da situação, eu ali a sorrir, a arrumar livros, os meus fáceis de encontrar entre os teus tão genéricos e coloridos de romances best seller e autores do mês. Lias como vives, de acordo com o que mais vende e que mais é badalado na revista ou na tv, conforme precisavas de um carinho ou precisavas de um contacto. Magoaste-me e esta era a minha vingança, uma fita grande, a casa cheia de papelinhos coloridos em formas redondas espalhados por todo lado, na fita algo como surpresa vou sair de casa e os teus olhos fixados na parede onde a pendurei, na garrafa de espumante meia bebida dentro do balde de gelo, sem copo para quê copos quando o dia é de alegria, bebe-se de gole e da garrafa. E algo no teu coração depressa desperto, um beijo na face, um ligeiro empurrão para chegar à tua orelha e num sussurro como se diz no meio do beijo mais quente, vou embora amor, até nunca mais.
As lágrimas no carro, as lágrimas no caminho para lado nenhum, e eu simplesmente a viver uma novidade, a viver sem ti.
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