sábado, 8 de junho de 2013

Solidão...

... que busco, ainda que externa, cada vez mais reflecte o que sinto dentro de mim. Sozinho, não é nada de novo, nunca foi diferente do que me sentia quando tinha, ou podia partilhar a vida com outra pessoa, mas de facto tem vindo a acentuar-se este comportamento de desvio social, de sair para onde não estão os outros, de necessitar de escutar a minha própria voz sem ter que falar.
Hoje caminhava pelo centro comercial, e falava sozinho no carro acerca das bestialidades e do bestialismo desta gente a conduzir, termos estranhos, mas falar sozinho também. E não tem de ver com loucura ou anormalidade, tem de ver que de facto ninguém ao meu lado para falar e no entanto exactamente isso que eu  queria, estar sozinho, e acabar por pensar que não se sabe bem porquê mas que sabe mal estar sozinho.
É o belo do circulo vicioso onde um acto ou um sentimento levam a outros e outros que acabam por terminar no inicial. Preocupo-me por isso, preocupo-me por vezes com alguma música mais lamechas que escuto na rádio, ou porque motivo na minha cabeça desde há 3 dias sempre desperto com a mesma coisa, o mesmo som, a mesma voz e as mesmas palavras. Fui procurar, chama-se nostalgia, saudade idealizada, onde a nossa cabeça limpa dos eventos as coisas menos boas e nos faz recordar o bom que foi. Não sei a que tempo ou a que pessoas se refere este sentimento novo, mas anda por ai umas coisas meio estranhas no ar que ainda não se revelaram totalmente, como uma dor de dentes que se aproxima, vai dando indícios, e que mais que se pode fazer senão racionalizar o que se crê sentir e dizer que o amanhã vai ser melhor?

Não se pode fazer algo mais, senão seguir e respirar, por vezes parece que até para o ar entrar em nós se necessita de forçar, parece que por vezes o nosso pensamento divaga e não mostra toda a capacidade, que estamos lentos e estúpidos, que nos afectou algo, e será que finalmente afectou? Não devia considerar afirmativa a resposta a esta pergunta, mas, por vezes não temos mais hipótese senão aceitar que a onda é demasiado grande para nadar por cima e suster a respiração e abrir os olhos debaixo de água até que passe.

Sempre fui muito mau a nadar...

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