segunda-feira, 3 de junho de 2013

Olha...

... e assim de repente, um e-mail, um voo marcado, um hotel não sei onde e eu dei comigo a ouvir um outro dialecto de espanhol.
Curioso que antes até ir ao café na terra dos meus pais parecia longe, curioso como agora só quero ser um bocadinho mais aventureiro e curioso como se descobre que neste mundo há tanta gente que o quer igual. Dos que assentam praça nalgum lado e depois saltam aos países à volta para visitar e descobrir aos que apenas sabem onde vão começar e onde querem chegar. Gosto, cada vez mais gosto e cada vez mais quero poder um dia dizer que sim, estive conheci e sei o que é, em vez de gostaria muito de conhecer mas nunca fui.
Hoje aqui amanhã ali, consegue-se viver com a casa às costas? Não, ninguém porque casas são muito pesadas. E vejo que não são casas que precisamos de levar para algum lado quando nos movemos, vejo que apenas temos de levar a nossa boa vontade, o nosso entusiasmo e a nossa capacidade de abnegação (se é que esta palavra se ajusta ao que quero transmitir) e ser pedreiro e ser carpinteiro e ser arquitecto e ser engenheiro e ser canalizador, ajudante, empregada de limpeza, e onde quer que cheguemos e estejamos somente teremos de voltar a construir a nossa nova casa nesta nova localização e quando um dia voltemos onde deixamos todas as casas que construímos, vamos ter de manter e reconstruir e assim nos damos conta que vivemos e conhecemos e nunca na nossa vida foi necessário carregar todo o peso de uma casa.

e hoje assim me sinto.

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