...no meio de multidões, sozinho entre gente e gente que vai andando, dançando, bebendo, rindo, se beijando, e eu sozinho, não porque ninguém comigo, eu sozinho porque a minha cabeça sozinha, fechada nela e nos problemas dela. Nas confusões e nos disparates da existência insatisfeita, da necessidade de alegria, de felicidade. Hoje visitaram-me as lágrimas, ontem visitou-me a solidão, hoje o isolamento antes das lágrimas, o que virá amanhã para me inquietar ainda mais?
A tua voz suave falava para mim e a minha tremeu, tremeu, o adeus que a minha boca articulou já sem qualquer som que o acompanhasse e do outro lado não cheguei a ouvir a linha a ser cortada, a imagem de ti a encolher os ombros do outro lado a deixar-me triste triste. Não que o fizesses, mas foi essa a imagem que ficou de ti na minha cabeça, e nos olhos algo mais, tremores que não queriam parar na barriga, e eu a encolher-me, a ficar mais pequeno mais pequeno, eu a querer fugir para debaixo da cama de forma a me sentir seguro, protegido sabendo que ali debaixo me demorariam a encontrar, que quando o fizessem já eu recuperado, já eu mentalizado que tenho de estar longe outra vez, que tenho de voltar a sofrer novamente todas as angustias de saudade e separação, todas as duvidas da validade do pensamento que me faz regressar. Acerca da falta de imaginação que me faz amar aquilo que tenho e não querer nunca largar.
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