...dias dentro de mim surge e cresce e acresce ao que já existe um grito tão longo e tão alto e tão tão inexplicavelmente aflitivo que olho em redor e penso acerca de mim e dos meus e dos que me cercam e julgo apenas poder fugir se ganhar asas e levantar voo.
Por vezes o tédio surge para nos dizer que as coisas não estão bem e está na altura de mudar de coisas, por vezes a falta de ar que sim não é devido a mim mas ao que deixo que de mim julguem e imaginem. Desde que regressei a Angola que me interrogo acerca do que é certo e do que é errado novamente. Interrogo se é certo desejar fugir, se é errado dizer o que digo, às pessoas que digo. No meio desta gente toda vejo sorrisos por vezes, vejo alegrias por vezes, e por detrás de alguns sorrisos vejo felicidade, vejo amor. E que fazer quando não se consegue esquecer um sorriso? Quando não se consegue esquecer uma voz, uns olhos brilhantes, um cabelo encaracolado?
Que fazer quando se ama, e julga amar e não se luta para que se estar com esse amor. Por vezes ainda pior, o que se faz quando se ama e se julga amar e quem se ama parece não ser a pessoa certa? São episódios, são lutas, são sorrisos que nos enganam, são sorrisos que nos deixam pendurados, e eu vi um sorriso que me deixou intranquilo, irrequieto, e depois vi outro que me fez o mesmo, e não consigo esquecer nenhum deles.